Pensei algumas dezenas de vezes como e porque escrever agora.Nem uma faísca para incendiar as ideias que costumavam me encurralar, hoje apenas o sono e o medo me fazem companhia.Olhei infinitamente o quarto vazio para encontrar algo que me inspirasse a continuar...nada.O silencio era tanto que quase se podia ouvir o que se guarda em segredo aos ventos,no tempo.
Me calejei de tanto tentar,as letras sob os dedos relutavam em querer se agrupar .Talvez desnecessário essa luta toda,deveria mesmo era me deitar.Concertei o chinelo no pé respirei fundo e quando me virei para sair me lembrei da minha ilustre companhia,pedi desculpas ao medo por ter me desapercebido,e resolvi então por ali continuar.Melhor seguir com minhas palavras que deitar-me ao lado do meu hospede e fazer feio ao começar a chorar.
Poderia então escrever-lhe um testo com dedicatória e tudo o mais, dizer-lhe que já é tarde e que outra hora ele volta mais.Deve funcionar:
"Então digo que tu es esperto afrouxa a corda que me prende os punhos da um espaço para que eu poça caminhar mais, e quando sente falta da minha presença estica a corda e volta a me trazer para traz. Digo também que es cauteloso, espera meus devaneios atingirem o ápice onde tudo é bom o suficiente para que seja eterno,então se deleita com a minha alegria,lambe os dedos e vai embora.
Meus amores nunca permanecem,por teu ciúme desenfreado.Golpe baixo me atrevo a dizer, já que você sabe que vai ser sempre maior que minha vontade de confiar.Eu poderia te sufocar a qualquer momento,você sabe muito bem,mas também conhece minhas recaídas e o momento exato pra poder voltar.Repito então que tu es esperto por isso não me despeço lhe dizendo adeus,mas sim com um "Ate logo" por que agora preciso me deitar. "
(Pequeno texto que dedico ao medo.)
